domingo, 26 de outubro de 2014

Esperança

Ruas frias e mortas perdidas no tempo, sem som, sem cor, gritam o silêncio da mais profunda melancolia, o vazio se esvai com o vento, sussurrando os segredos escondidos, para os galhos sombrios das tristes arvores sem vida... Qual será o segredo que o vazio veio sussurrar? O segredo é que uma linda rosa vermelha do jardim morto jaz a brotar, dando esperança de que ainda existe vida naquele lugar...!

Prologo

Eu estava sentada, olhando as folhas mortas de outono que caiam lentamente, mediante ao vento forte. Eram suaves e grotescas, que pousavam lentamente sobre o chão. Algumas, porém, voavam tempo a fora - Pareciam que não queriam estar mais ali, paradas e imoveis no mesmo lugar. Queriam voar, descobrir novos destinos, ter mistérios para desvendar, lugares para explorar e uma vez, apenas uma vez, sentir-se livres.
    Estava tarde, o pôr-do-sol já havia se formado. Tão lindo e vivo que me fizera por um instante se sentir da mesma forma. Seu brilho forte e voraz me deixava fascinada, poderia eu passar horas e horas contemplando esta magnífica paisagem que me rodeava, mas como tudo, eis que chegava ao fim. E de novo eu estava ali, dentro da mais tenebrosa escuridão, que libertava das jaulas cravejadas por espinhos sangrentos os meus medos incessantes. A angustia me dominava e o frio assolava a minha pele, penetrando nos meus ossos. Queria fugir, mas não havia lugar para me esconder, uma vez que, tal tenebrosa escuridão devora lentamente a minha mente. Já não havia mais como escapar e eu tinha que suportar e mais uma vez sorrir como se nada tivesse acontecido, mas era apenas um sorriso falso e eu tinha que guardar toda aquela tortura apenas para mim, já que ninguém se importava, já que eu era apenas uma escória no mundo que não merecia redenção, muito menos ser amada. E assim eu vivia meus dias, triste pelos cantos, com a alma ferida, solitária, sem ninguém, absolutamente ninguém. Carregava um passado que não era nada diferente do meu presente e provavelmente não seria diferente ao meu futuro e isso me obscurecia, me deixava com vontade de interromper a vida ali, afinal a morte não poderia ser pior que a vida. Poderia?
Mas não me importava com isso, tudo que pudesse acabar com a dor seria melhor do que esta ali, sentindo tudo aquilo, sofrendo e sofrendo sem um fim para tal sofrimento.
Respirei fundo e me levantei, o pôr-do-sol já havia adormecido, e as folhas pararam de cair quando a árvore que as hospedava finalmente morreu. Só ficaram ali seus restos mortais, esperando ser putrefato e sucumbido como todo o ciclo de uma vida, onde se nasce, cresce e finalmente morre. Cada qual tem o seu tempo para morrer, mas seria errado antecipar esse tempo? Quem se importa? Para todos sou apenas um erro, então não seria errado corrigir um erro. Sempre atrapalhando outras vidas, que consideravam errado até o ar que eu respiro, o lugar em que toco, as palavras ao qual pronuncio, a minha existência em si.
    A noite agora me sondava, vigiando-me enquanto eu a vigiava. Buscando uma brecha para me fazer parte dela, olhava-me com seus olhos de escuridão, calculava cada passo que eu dava, esperando que este fosse o último, acusando-me de encará-la. Já não estava mais querendo a minha presença perante ela. Poderia eu chorar? Nem a noite... Ahh, a magnífica noite me queria, e a morte? Será que esta não iria querer-me também? Deixaria ela este fardo para a vida carregar sozinha? Será que a vida aceitaria? Ou apenas seria obrigada á isso?
    Minha mente cruel que não perde tempo para me torturar e me fazer sofrer... Ingrata mente, eu que sou a única que tento fazer de tudo para que você sempre fique bem, e o que apenas ganho em troca è dor e sofrimento, que ousa incomodar meus olhos com lágrimas e mais lágrimas... Meu coração que já cansara de ser apenas partido, desejara parar de bater. Já não queria mais estar comigo, me acusara de ser a sua grande desgraça. A minha pele estava horrorizada a mim, sempre chorava e me perguntava que mal ela havia me feito para eu apenas machuca-la, tantos cortes, tantas cicatrizes a deprimia e isso se transformava em ódio, um imenso ódio de mim. Meu sangue apenas gostava quando era finalmente libertado desta horrenda prisão que era o meu corpo.
Nada mais importava! Fecho os meus olhos e durmo. As vezes o sono fugia de mim, outras vezes ele apenas me tortura com seus pesadelos. Mas desta vez, eu não me importo, quero apenas me desligar desta terrível realidade mesmo que a ilusão seja cruelmente pior...

Amargos Sonhos

     Ele olhou no fundo de seus olhos e levou a mão dela até o seu coração.
- Eu te amo disse ele.
Ela então abrindo um enorme sorriso o beija, estava ela agora se sentindo a garota mais feliz do mundo, e claro bem pudera, pois estava nos braços daquele que tanto amara... Mas de repente ela desperta e percebe que tudo aquilo fora apenas um sonho e se da conta de que seu amado não a amava, então ela entra em uma melancolia profunda. Quisera ela voltar para a sua doce fantasia e sonhar , mas não o pode. A realidade não permitira.
Ela então se vira em um mar de desespero a dor invade o seu coração e lagrimas de seus olhos caem. Passando a dor ela se ver em um estado de completo vazio e assim seria pelo resto de sua vida...

Eu te Amei


Eu te amei...
Quando não havia mais esperanças,
quando eu não deveria amar...
Fui o mais longe que pude para não deixar esse amor morrer,
enfrentei a dor, enfrentei a tristeza,
tudo para ter-te ao meu lado.
Mas não fora o suficiente,
então em troca só ganhei a solidão para ao meu lado estar...
O desespero me dominou,
e o que eu tinha de mais importante começou a se perder quando você se foi,
o que restou de todo o amor que eu possuía por você fora apenas um coração partido, um coração ferido que sangrava incessantemente... A chaga neste pobre coração era grande de mais para mim suportar, então eu simplesmente desisti, desisti dos sonhos, desisti de acreditar, desisti de amar... E hoje sou apenas um ser humano frio e vazio, que não tem nada por dentro... Nada além da dor e da solidão!

Castelo de Gelo



Rosas vermelhas, jogadas ao vento...
Abandonadas e feridas pelo amor.
Numa nostálgica sincronia fúnebre,
voam sem destino por entre as mais brancas neves.
Até encontrarem um castelo de gelo,
onde espinhos do ódio se criam,
rasgando as pétalas de rosas,
que sangram incessantemente.
Seu sangue escorre por entre a mais branca neve,
que em seguida torna-se negra como a escuridão.
Suas pétalas começam a despedaçar.
Pedaços e mais pedaços se perdem no ar.
E as lindas rosas vermelhas que um dia foram,
se acabavam por entre o medo e a dor.
Até não sobrar nada.
Absolutamente nada... !

Meu Silêncio

Deixe meu silencio penetrar em tua alma Para que sinta a tristeza do meu coração Veja a dor em meu sofrido olhar que ao nada, estas direcionado. Neste triste silencio, Estão escondidos os aterrorizantes gritos de minha alma Que chora lagrimas de sangue E que se escondem no lado mais profundo E vazio de meu ser... Deixe que os demônios de minha alma devorem a sua mente, deixe que eles dominem seu subconsciente Veja o medo e o terror em minha face Sinta o desespero da minha existência contemplada e exaltada pela dor... Sirva-te dos mais aterrorizantes e assustadores gritos de meu ser, com o sabor mais amargo da aflição, E finalmente entenda, eu não sou como você!

Máscaras Humanas

E de repente o sorriso se transforma em lágrimas, matando toda a alegria da alma com a tristeza transbordando pela face e pensamentos vazios...
a coragem fora escondida para dar lugar ao medo...
o amor fora estraçalhado para dar lugar ao ódio...
a verdade dando lugar a ilusão...
e assim teciam-se as máscaras humanas, que hora ou outra mudava de face, trocando de hospedeiros, num ciclo sem fim. Ferindo a eles mesmos, sem ao menos dar-se conta disso.
e assim o ciclo da ilusão se cria, onde não há como saber o que é verdade ou mentira. As máscaras humanas passadas de hospedeiros á hospedeiros como mercadorias que são passadas de mão em mão!

Apenas Ilusões

Era noite, e seu olhar estava direcionado ao luar,
e em sua mão um poema de despedida daquele que dizia a amar...
e de seu rosto lagrimas de sangue caiam, 
lagrimas de um coração ferido,
lagrimas de um coração partido,
ferido pelo amor,
partido pela dor...
e em seu peito um enorme vazio se criou,
transformando tudo o que ela um dia sonhou em amargura,
afetando aquilo que ela sempre buscou,
a felicidade...
a paz...
o seu verdadeiro amor ....
e o desejo de partida a dominou,
e no abismo das trevas ela se jogou ....
acabando em fim com o sofrimento que a dominava!

Amarga Fantasia


então eu vivo em minha amarga fantasia, mesmo que ela me fira aos poucos, sabendo que jamais se tornará realidade. pois mesmo que seja apenas uma triste ilusão sofrerei menos do que na verdade da minha obscura realidade...

Apenas um Ser

Sou um ser.
Não possuo um sexo.
Posso ser seu sonho de consumo,
Como também o seu pior pesadelo.
Sou aquilo que todos podem ser.
Sou aquilo que ninguém jamais poderá ser.
Um ser da luz.
Um ser das trevas.
Um ser normal.
Um ser paranormal.
Um ser bondoso.
Um ser maléfico.
Um ser conhecido.
Um ser desconhecido.
Um ser mortal.
Um ser imortal.
Um ser sem sentimentos.
Um ser sentimental.
Apenas um ser.
Apenas um ser.
Nada além de um ser!

Nada além da Dor

Eu cheguei ao limite de minha existência.
Fui o mais longe que pude para cessar a minha dor, mas parece não ter adiantado.
Hoje já não há mais esperanças, não há mais luz. Vejo apenas a e escuridão e o frio. O frio que congela a minha alma. O frio que petrifica o meu coração
Ouço os gritos de suplica, suplica pela paz, suplica pela salvação.
Vejo as faces de medo, faces aterrorizadas.
Vejo o sangue escorrer de almas condenadas, almas sombrias.
Será Este o inferno?
Eu desisti da vida, então é aqui o meu novo lar?
não há esperança, não há saída
só há apenas a desolação nos corações mais impuros das faces da podridão.